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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Exercício VI - Vanguardas Históricas: Impressionismo e Expressionismo

Olá, olá, olá... Como têm passado, presente e futuro, pessoal?

Neste post, damos início a uma série de fotografias relacionadas a determinados movimentos artísticos que sucederam a Revolução Industrial. Neste trabalho, em especial, serão apresentadas algumas composições que remetem a características do Impressionismo e do Expressionismo.
Tais movimentos distintos apresentam certas peculiaridades e, lançado o desafio de reproduzi-los de alguma maneira na fotografia, cá estamos nós para apresentar os resultados obtidos.

No entanto, antes de apresentá-los as composições, é válido conhecer (ou rever!) algumas características de ambos os movimentos.

- Impressionismo:
Negação aos moldes da Academia: não há a necessidade de retratar a realidade. A luz e o movimento são elementos fundamentais para a composição impressionista: pinceladas rápidas realizadas ao ar livre, de modo que se pudesse captar as variações de cor do dia. As figuras não têm contornos nítidos, posto que os elementos estruturais do quadro passam a ser a mancha, a cor.

- Expressionismo:
Mais do que qualquer estilo, foi um movimento de caráter heterogêneo; abarcava uma série artistas de variadas tendências, estilos e formação intelectual. Tinha como premissa a fundamentação de uma arte centrada na visão interior, na individualidade da expressão do ser.
Assim, há várias vertentes distintas na representação: alguns se utilizam da liberdade da cor para retratar um mundo de fuga da realidade; outros se apoiam no retrato da angústia e alienação humana com a tensão que precede a Primeira Guerra Mundial; alguns há, também, que se apoiam na deformidade da realidade, enfatizando, com uma carga dramática, o sentimento do artista.

Com a greve, não foi possível tirar as fotos juntos, por isso cada um fez uma imagem impressionista e outra expressionista. Eis, então, as composições realizadas!

Imagem 01 - Na Margem do Una

A imagem foi feita na margem do Rio Una em Valença, já que os impressionistas costumavam pintar citadinos a beira do rio. Foi utilizada uma câmera Nikon D7000 com a velocidade do obturador baixa para dar o efeito de "foto borrada", com intuito de assemelhar-se com a pintura impressionista, caracterizada pelas pinceladas rápidas.
Essa foto faz referência ao quadro "Na Margem do Sena" de Claude Monet e assim como no quadro, há uma mulher sentada a beira do rio, ao lado de uma árvore e próxima a um barco.

Na margem do Sena - Claude Monet



Imagem 02 - O Grito

Esta foto faz referência ao quadro "O Grito" de Edward Munch, pintor expressionista.
Sobre o quadro, Munch escreveu: “Eu estava andando com dois amigos. O sol começou a se definir (...) Meus amigos caminharam e eu ainda lá estava, tremendo de medo - e senti um grande grito infinito, correr  através da natureza. ”
A imagem foi feita na ponte sobre o Rio Una, em Valença, onde foi possível ouvir o grito da natureza pedindo socorro, através da fumaça lançada pela chaminé da fábrica próxima a ponte e da poluição que se encontra o Rio Una. Do lado esquerdo, também caminhavam duas amigas de Jamile.
Para obter a tonalidade alaranjada da imagem, foi alterado o balanço do branco para "iluminação incandescente" e a temperatura foi modificada para 1000k.

O Grito - Edward Munch



Enquanto isso, no extremo sul da Bahia... As fotos de Kelvin.

Em um dia de constante variação climática, houve uma dificuldade em encontrar um cenário que pudesse se adequar ao propósito impressionista pretendido para a composição fotográfica.
Por fim, após muita caminhada na cidade de Porto Seguro, a ideia de capturar o mar parecia uma boa alternativa.
Desde que o exercício fora solicitado, já havia ocorrido a ideia de fotografar algo aos moldes do pintor romântico William Turner, tido como um dos precursores do impressionismo, ou até mesmo compôr algo como Impressão, Nascer do sol, obra de Claude Monet, a qual inaugura o movimento e o efetiva como tal.
Embora não tenha conseguido um pôr-do-sol, tal qual havia imaginado, a composição a seguir consegue traduzir o movimento.


Imagem 03 - Eu-Pescaria

Canon EOS Kiss x3
f/16 - 1/80 s - ISO 100
No primeiro plano, temos o topo de uma amendoeira na base da imagem, ladeado de palhas de um coqueiro. O céu se encontra com nuvens esparsas.
Há uma linha escura (banco de corais) que divide o mar em duas tonalidades.
Ao centro, temos um barco de pesca, o qual justifica o título da composição.
A prática da pesca é muito comum na região e, neste caso, geralmente o barco de pequeno porte é conduzido por apenas um pescador. O título, então, remete ao "eu" do pescador, ao ato da pescaria em si e ao futuro do pretérito do verbo pescar.
Esta cena foi escolhida pela variabilidade de azul e o contraste com o verde da vegetação.


Na composição expressionista, obteve-se o seguinte:

Imagem 04 - In-Consciência

Canon EOS Kiss x3
f 5.6 - 1/320 s - ISO 100
A composição acima enfatiza a exaustão, a tristeza, a solidão.
Utilizando a luz intensa do sol e a sombra de uma coluna, fez-se um jogo de luz entre claro e escuro, situando, além do motivo principal, duas personagens ao fundo.
Em seu sentido conotativo, a imagem representa a consciência humana representada pelo seu aspecto dúbio e conflituoso. À esquerda, onde há maior incidência de luz, há a representação do que seria a consciência falando algo positivo; em contrapartida, à direita, a sombra aufere uma atmosfera mais conflituosa com o lado oposto. O motivo central então se abstém do pensamento racional.
Eis que, então, se efetiva o objetivo de retratar o constante conflito da mente humana e os sentimentos de angústia que aí conferem aspecto dramático à cena.


Bem, se você chegou até aqui sem bocejar, parabéns!
Sem mais delongas, finalizamos mais um interessante exercício de composição fotográfica.
Até mais, caros leitores.
Muita luz!
E cliques.